Por que é que tantas pessoas estão tirando as suas vidas
nos dias atuais? Segundo a OMS, são mais de 1 milhão que se suicidam no mundo,
por ano.
Os fatores podem ser múltiplos desde alguém
que tenha sido rejeitado no passado - cujo desprezo gera comportamentos
extremos: tristeza, desânimo, depressão,
suicídio, ira, revolta, rebelião,
violência e homicídio – a pessoas que
tem dificuldades em lidar com problemas e frustrações da vida.
Há de se concordar que a cultura da felicidade plena d tempo inteiro é um engodo. O fato é que, se desde pequenos precisamos aprendêssemos a lidar com as frustrações, o mundo não
estaria em estado emocional caótico (Cury,2015).
Nossos relacionamentos interpessoais são cada vez mais
problemáticos, temos muita dificuldade de nos abrirmos uns para os outros e
como também ouvir. Ninguém mais tem
paciência para perguntar como o outro está, tão pouco para se interessar no
problema alheio.
“Falar de suicídio é
falar de uma dor existencial decorrente de várias fragmentações e é falar de um
intenso sofrimento psíquico. A pessoa negou o próprio sofrimento e começa a
pensar na morte como a única possibilidade, a única solução”. (Fukumitsu,2018)
Aqueles que se
encontram em estado de desequilíbrio emocional, devem ser encorajados as buscar
ajuda na família e em profissionais com formação adequada para o tema em
questão.
Lamentavelmente, o
suicídio também tem ocorrido entre cristãos... inclusive entre líderes e
pastores. A auto cobrança pode ser um
fator – a necessidade de se apresentarem perfeitos em todas as áreas da
vida e do ministério levam os líderes a um estado de esgotamento físico e mental, além do fato de
não possuírem amigos para dividir o sofrimento. Altas expectativas e cobranças
do meio eclesiástico podem afetar drasticamente a vida de um líder de igreja.
Além do aspecto administrativo, os líderes lidam com a pressão dos
membros da igreja, cada vez mais exigentes e intolerantes com a falha humana.
Qualquer deslize do ministro é motivo para que se mude de igreja e busque na
“concorrência” um lugar para “se sentir bem”.
Assim, com tanta pressão e sem
uma vida emocional saudável, pastores estão sujeitos a muitos riscos. Ou ele destrói a igreja ou ela o destrói.
Pastores também
precisam se tratar e buscar ajuda, pois antes de serem pastores, são humanos e
não super-super-heróis. “Se a igreja que pastoreiam entendesse isso, muito
sofrimento e mortes poderiam ser evitados”.
Segundo pesquisa do Instituto Schaeffer, 80% dos
pastores acredita que o ministério pastoral tem afetado negativamente suas
famílias e 70% dos pastores lutam contra a depressão. É inegável que um líder
não consiga ser bom em administração, gestão financeira, louvor, visitação,
pregação, evangelismo e discipulado e ainda cuidar da própria família ao mesmo
tempo.
Em primeiro lugar, os
pastores e líderes precisam aceitar suas limitações e delegar ou pedir ajuda
nas áreas em quais tem dificuldades. Ele precisa também cultivar amizades
pessoais, dedicar-se à família e o mais importante, exigir menos de si mesmos…
Como igreja de Cristo,
nosso papel é demonstrar compaixão pelos que jazem em dor (Rm 12.15). . Um
verdadeiro amigo ama em todo tempo, e é na angústia que devem aparecer os
verdadeiros irmãos (Pv 17.17).
O Dr. Douglas
Baptista, comentarista da revista da CPAD (2018), postula,
“Como cristãos, não podemos ignorar que
também somos seres humanos, e, portanto, não estamos imunes aos sofrimentos
psíquicos e angústias da alma. Precisamos cuidar uns dos outros por meio de
apoio mútuo, do diálogo franco, e não por meio de acusações ou atitudes
discriminatórias (…) [devemos] Estimular a fé e a esperança, cobrir de afeto e
de carinho, sentir empatia e ser compreensivo. Em caso de nenhuma dessas
prevenções surtir efeito, deve-se buscar ajuda qualificada. Não é nenhum
demérito o cristão receber tratamento profissional adequado”.
Com orientação adequada, amor, atenção e oração é possível livrar alguém
da tragédia do suicídio.
Por fim, vigiemos nosso próprio frágil coração, chegando-nos a Deus com
fé e esperança, pois que comete o suicídio comete pecado; banaliza a vida e
afronta Deus que o criou, viola o mandamento de amar o próximo como a si mesmo,
pois não está demonstrando amor próprio; demonstra egoísmo, uma vez que pensa
em acabar com o próprio sofrimento, ignorando o fato de que sua atitude irá
afetar todos os que lhe são próximos; e por fim, despreza o agir de Deus em sua
vida, entregando-se à sua própria sorte.
Que Deus em Cristo te faça sorrir cada dia mais.
QOL