segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

MARIA É UM DOM!


— O meu nome é MARIA,
e como não tenho outro de pia.
e como há muitas MARIAS,
que vão a Jerusalém em romaria,
deram então de me chamar
MARIA do JOSÉ;
Mas...como há muito JOSÉ
com esposas chamadas Maria,
fiquei sendo a Mazé
do finado Eli, filho de Matate e Levi, filho de Melqui!
E daí... se isso ainda diz pouco:
Há muitas na freguesia,
por causa de um sacerdote
que se chamou Matatias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem fala
ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é a Maria
virgem prometida 
ao José, 
nobre marceneiro,
de Belém da Judeia
Descendente de Davi,
Morador de Nazaré,
limites da Galileia.
Mas isso ainda diz pouco:
se ao menos mais cinco havia
com nome de Maria
filhas de tantas Marias
mulheres de outros tantos,
já finados, José,
vivendo na mesma Terra
magra e ossuda em que eu vivia— não é?
Somos muitas Marias
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas,
e iguais também porque o sangue
que usamos tem pouca tinta.
E se somos Marias
quase iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte,
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte Severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).
Somos muitas Marias
iguais em tudo e na sina:
Mas, embora iguais Marias
Há uma diferença na jornada
Pois Deus traçou uma sentença
E me chamou Maria, a agraciada!
Quem me disse foi Gabriel
Que sou eu a escolhida
Embora simples Maria
Para ser a mãe de meu Senhor: Emanuel.
Também disse para não ter temor
E que Ele reinará como Senhor
E que Deus lhe dará o trono de Davi
o seu Reino jamais terá fim
Que serei eu a mãe de um Rei de luz
e ele será grande e se chamará JESUS!
Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida

By Marco Aurélio
adaptação de João Cabral de Melo Neto e um pouco de Mílton Nascimento! Porque é Natal!

Trecho da Mensagem em Tres Lagoas - MS dez/14


quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Poema de agradecimento a Deus pelo chamado

 Lido pela primeira vez em 06 de dezembro de 2014, data da indicação para o Pastorado na Igreja Bíblica Brasileira! 



Ele não fez poemas, antes, foi a própria poesia, vivida e encarnada. Ele cavou fundo em nós. Encontrando as palavras drummonizadas, em estado de dicionário, soprou-lhes o fôlego da existência.
Ele me levou à Casa do Oleiro e me fez ver como é sua arte... Eu vi quando fez o boneco e quando o fez andar, falar, correr..Eu vi como sorriu quando os olhares se encontraram... e vi como chorou quando o boneco se quebrou debaixo daquela árvore.
Ele me disse: Gente não é como vaso... em gente o barro fica mais duro!
Eu o vi assumir a forma de barro então, e crescer entre nós... eu o vi sujar-se da nossa lama, sem se contaminar; amoldar-se à nossa humanidade , sem pecar. Humilhar-se sem se curvar.
Também o vi voltando ao Paraíso, à velha árvore, pendurado no madeiro. O justo pelos injustos. E amassado, quebrado, moído e partido... devolver a face do amor e do perdão! E ouvi seu último suspiro... o fôlego de vida de volta ao Pai!
Quando olhei para a cruz, Ele não estava mais no alto do madeiro. Estava bem mais alto agora. Eu li a inscrição e vi meu nome entre os que se quebraram na fonte. E vi sua luz se misturar com o barro-essência-humanizado. E o vi novamente ressuscitado!
E quando o vejo agora eu me vejo nEle. E logo já não sou Eu , nem é Ele. Somos Um. Massa homogênea, Cristogênea, tudo junto e misturado na CASA DO OLEIRO!

Prof. Marco Aurelio Queiroz