RELACIONANDO-SE
COM JESUS SEM TODAVIA, CONHECÊ-LO
João 11. 22-27
Introdução
Será
possível conviver com uma pessoa sem, realmente, conhecê-la? Quando o assunto é
nosso relacionamento com Cristo e a nossa fé, isso parece possível. Tal
evidência fica patente quando analisamos o contexto geral que envolve o
relacionamento dos discípulos com o Senhor Jesus, Lc 8. 22-25; 24. 13-46.
1. Marta hospedava Jesus em sua casa,
mas não o conhecia, Jo 11. 22.
Quando dizemos que Marta não conhecia Jesus,
mesmo sendo amigo íntimo da família, não queremos dizer que o Senhor lhe fosse
estranho; não, não é isso. Ela não o conhecia como Deus. Isso fica evidente no
termo que ela usa, quando disse: “Mas também agora sei que tudo quanto pedires
a Deus, Deus to concederá”. O verbo grego usado por Marta foi “aiteõ” (pedir,
suplicar, rogar) e sugere que o suplicante - neste caso, Jesus – seja inferior
ao suplicado – Deus, o pai. Teria Marta se expressado mal? ou, havia ela
identificado em Jesus apenas sua natureza humana?
a) Uma fé vacilante
Ao que parece, Marta tinha uma fé vacilante;
pois, primeiramente assevera: “... Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não
teria morrido”, v. 21. Depois, ao ouvir de Jesus “teu irmão há de ressuscitar”,
v. 23, responde: “Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia”,
v. 24. Após ouvir do divino Mestre: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê
em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive, e crê em mim,
nunca morrerá. Crês tu isto”?, ela responde: “Sim, Senhor, creio que tu és o
Cristo, o filho de Deus, que havia de vir ao mundo”, vv. 25,26,27.
Quão difícil é lidar com uma fé que oscila.
Ora crê em sua totalidade; ora descrê totalmente!
Foi necessário que o Senhor Jesus trouxesse à
lembrança de Marta quem Ele era – o EU SOU, Jo 8.24,58 cf. 11.25,26 – para que
sua fé se fundamentasse, v. 27.
2. Seus discípulos também tinham
dificuldade em reconhecê-lo, Mt 8.23-27; Mc 4.35-41; Lc 8.22-25.
Os três textos acima fazem menção de uma
tempestade que se levantou no Mar da Galiléia, enquanto Jesus e seus discípulos
faziam a travessia de Cafarnaum para Gadara. Ao ser despertado do sono pelos
discípulos amedrontados, Jesus repreende o vento e o mar e tudo se torna em
bonança. Então eles se perguntam: “Que homem é este, que até os ventos e o mar
lhe obedecem”? Tal expressão indica que, apesar de estarem juntos com Jesus,
não o conheciam totalmente. Outros textos sugerem tal argumento. Por exemplo: Lucas 24
a partir do versículo 13 menciona o fato ocorrido com
dois discípulos que retornavam para casa – no dia da Ressurreição do Senhor – e
que, de repente, enquanto conversavam sobre o episódio acontecido no final de
semana em Jerusalém, junto deles aparece um terceiro viajante que lhes
pergunta: “Que palavras são essas que, caminhando, trocais entre vós e por que
estais tristes”? Como pensavam que aquele caminhante fosse apenas mais um
peregrino vindo de Jerusalém, se admiraram de que não tivesse conhecimento dos
acontecimentos que lá se desenrolaram. Então um deles lhe pergunta: “És tu só
peregrino em Jerusalém e não sabes as coisas que nela têm sucedido nestes
dias”? Pergunta o viajante: “Quais? E eles lhe disseram: As que dizem respeito
a Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras
diante de Deus e de todo o povo...”, Lc 24.17-19. Quanta dificuldade para crer!
Os caminhantes de Emaús viam em Jesus apenas um profeta; os discípulos do barco
viam-no apenas como homem. Aos primeiros, uma repreensão: “Ó néscios e tardos
de coração para crer tudo o que os profetas disseram”!, v. 25.
Amigo leitor, você sabe quem é Jesus?
Conclusão
É lastimável o fato de que alguns cristãos não
tenham conhecimento mais profundo a respeito d’Aquele que é seu Salvador e
Senhor, pois a Bíblia revela quem realmente é Jesus. Pode-se entender o porquê
dessa falta de conhecimento a respeito da pessoa de Cristo por alguns cristãos:
preguiça intelectual - não têm o hábito de examinar as Escrituras, por não ser
dados ao costume da leitura -; indiferença para com as coisas espirituais e a
última - tão perigosa quanto a anterior -, a incredulidade. Vale aqui um
convite especial do profeta Oséias, que diz: “Conheçamos e prossigamos em
conhecer ao Senhor...”, Os 6.3.
Por Lucimar de Oliveira
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