sexta-feira, 10 de outubro de 2014

RELACIONANDO-SE COM JESUS SEM TODAVIA, CONHECÊ-LO
João 11. 22-27

Introdução
 Será possível conviver com uma pessoa sem, realmente, conhecê-la? Quando o assunto é nosso relacionamento com Cristo e a nossa fé, isso parece possível. Tal evidência fica patente quando analisamos o contexto geral que envolve o relacionamento dos discípulos com o Senhor Jesus, Lc 8. 22-25; 24. 13-46.

1. Marta hospedava Jesus em sua casa, mas não o conhecia, Jo 11. 22.
 Quando dizemos que Marta não conhecia Jesus, mesmo sendo amigo íntimo da família, não queremos dizer que o Senhor lhe fosse estranho; não, não é isso. Ela não o conhecia como Deus. Isso fica evidente no termo que ela usa, quando disse: “Mas também agora sei que tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá”. O verbo grego usado por Marta foi “aiteõ” (pedir, suplicar, rogar) e sugere que o suplicante - neste caso, Jesus – seja inferior ao suplicado – Deus, o pai. Teria Marta se expressado mal? ou, havia ela identificado em Jesus apenas sua natureza humana?
a) Uma fé vacilante
 Ao que parece, Marta tinha uma fé vacilante; pois, primeiramente assevera: “... Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido”, v. 21. Depois, ao ouvir de Jesus “teu irmão há de ressuscitar”, v. 23, responde: “Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia”, v. 24. Após ouvir do divino Mestre: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá. Crês tu isto”?, ela responde: “Sim, Senhor, creio que tu és o Cristo, o filho de Deus, que havia de vir ao mundo”, vv. 25,26,27.
 Quão difícil é lidar com uma fé que oscila. Ora crê em sua totalidade; ora descrê totalmente!
 Foi necessário que o Senhor Jesus trouxesse à lembrança de Marta quem Ele era – o EU SOU, Jo 8.24,58 cf. 11.25,26 – para que sua fé se fundamentasse, v. 27.

2. Seus discípulos também tinham dificuldade em reconhecê-lo, Mt 8.23-27; Mc 4.35-41; Lc 8.22-25.
 Os três textos acima fazem menção de uma tempestade que se levantou no Mar da Galiléia, enquanto Jesus e seus discípulos faziam a travessia de Cafarnaum para Gadara. Ao ser despertado do sono pelos discípulos amedrontados, Jesus repreende o vento e o mar e tudo se torna em bonança. Então eles se perguntam: “Que homem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem”? Tal expressão indica que, apesar de estarem juntos com Jesus, não o conheciam totalmente. Outros textos sugerem tal argumento. Por exemplo: Lucas 24 a partir do versículo 13 menciona o fato ocorrido com dois discípulos que retornavam para casa – no dia da Ressurreição do Senhor – e que, de repente, enquanto conversavam sobre o episódio acontecido no final de semana em Jerusalém, junto deles aparece um terceiro viajante que lhes pergunta: “Que palavras são essas que, caminhando, trocais entre vós e por que estais tristes”? Como pensavam que aquele caminhante fosse apenas mais um peregrino vindo de Jerusalém, se admiraram de que não tivesse conhecimento dos acontecimentos que lá se desenrolaram. Então um deles lhe pergunta: “És tu só peregrino em Jerusalém e não sabes as coisas que nela têm sucedido nestes dias”? Pergunta o viajante: “Quais? E eles lhe disseram: As que dizem respeito a Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo...”, Lc 24.17-19. Quanta dificuldade para crer! Os caminhantes de Emaús viam em Jesus apenas um profeta; os discípulos do barco viam-no apenas como homem. Aos primeiros, uma repreensão: “Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram”!, v. 25.
 Amigo leitor, você sabe quem é Jesus?

Conclusão
 É lastimável o fato de que alguns cristãos não tenham conhecimento mais profundo a respeito d’Aquele que é seu Salvador e Senhor, pois a Bíblia revela quem realmente é Jesus. Pode-se entender o porquê dessa falta de conhecimento a respeito da pessoa de Cristo por alguns cristãos: preguiça intelectual - não têm o hábito de examinar as Escrituras, por não ser dados ao costume da leitura -; indiferença para com as coisas espirituais e a última - tão perigosa quanto a anterior -, a incredulidade. Vale aqui um convite especial do profeta Oséias, que diz: “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor...”, Os 6.3.




Por Lucimar de Oliveira




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